Manual do assaltante
Pela quarta vez nos últimos 12 meses o meu carro foi assaltado. Agradeço desde já à escola nacional de ladrões, mitras e delinquentes em geral, que treina estes profissionais, pela cortesia que têm vindo a demonstrar nos referidos incidentes. De facto nunca me partiram um vidro ou forçaram uma porta, o que seria simplesmente despropositado já que se trata de um Fiat Uno. A verdade é que considero o meu carro uma espécie de meretriz automobilística, que ao mínimo toque se abre para qualquer um. Mas para além deste agradecimento, gostaria igualmente de deixar alguns reparos, para futuros encontros:
1 – À saída, por favor fechem a porta, ainda na outra noite o carro estava gelado e cheio de humidade quando peguei nele para voltar para casa;
2 – Ao senhor que me assaltou o carro em São Bento: deixou cair um bilhete de autocarro que ainda só tinha sido validado de um dos lados. Deixei-o no porta-luvas, para a próxima não se esqueça de o levar;
3 – Ao senhor que me assaltou o carro na Cidade Universitária: não pude deixar de reparar que teve algumas dificuldades em fechar a porta da bagageira, em ocasiões futuras tente dar um puxão no cabo do trinco e depois feche a porta exercendo a força por cima da matrícula;
4 – Ao senhor que me assaltou e levou o carro do Lumiar: fui informado pela polícia de que o meu/nosso carro terá sido utilizado em “picanços” nessa noite. Lamento que as coisas não terão corrido da melhor forma, já que o carro se encontrava com problemas de motor (penso que o facto de o carro estar a porta de uma oficina já era uma boa dica!!).
5 – Sim o rádio está mesmo aparafusado à consola… penso que tem que se usar uma chave de boca para o retirar porque não havia parafusos de estrela quando o montei… peço desculpa.
Obrigado e voltem sempre,
A gerência
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