Domingo-feira

E no meio de uma rotina atribulada consigo encontrar tempo para ir a uma feira com os meus pais. Gosto do ambiente, os sons da música africana em super mega hiper remix, o cheiro a moelas fritas e o inevitável mundo da contrafacção, tudo isto trás um encanto à feira que me dá vontade de passar lá todos os meus dias livres… ou então não.
Mas é aqui que descubro tribos locais que escaparam à influência da Comunidade Europeia com rituais muito específicos:
- A arte de regatear preços é amplamente praticada. Não levei camelos mas suponho que a troca de bens por animais esteja também disponível.
- Reedok, Abibas e Niky são das marcas desportivas mais vendidas.
- Os telemóveis de terceira geração são altamente sensíveis e como tal são exibidos debaixo do casaco de um senhor que apenas fala por sussurros “Chefe que comprar?”, certamente para não danificar o aparelho.
- Os DVDs são de fabrico artesanal, gravados com câmaras de filmar em salas de cinema internacionais e reproduzidos em casa, porque toda a gente sabe que não há nada melhor que “home made”.
- Têm uma moeda própria – o AÉREO. E porque se chamará aéreo? Penso que será pelo facto das pechinchas fazerem as notas “voarem” para fora da carteira. Seja como for e apesar de não me ver como um entendido em economia, suponho que o Euro seja uma moeda mais forte que o Aéreo, já que tudo o que custa inicialmente 15 Aéreos, pode depois ser adquirido com a uma nota de 10 Euros.
- E o mais importante de tudo – as camisolas, cachecóis e bandeiras do BENFICA estavam a vender muito bem, para a semana há mais.