SOS Racismo
O dia acaba e sinto em mim uma mágoa que contraste com o “orgulho branco” de quem se manifestou hoje em Lisboa. Hoje, na cidade que me viu nascer e onde sempre vivi, foi prestada a saudação nazi enquanto se cantava o hino nacional… envergonho-me por quem o fez.
Não sou indiferente à criminalidade, mas nada justifica apoiar ideias racistas e xenófobas em nome da “segurança”. É legítimo substituir o medo de roubos por discriminação étnica? “Sei tudo sobre a realidade do meu país, de manhã os brancos acordam e vão trabalhar, os pretos acordam e vão roubar.”
Hoje, 400 pessoas participaram numa manifestação, num gesto provocatório partiram do Martim Moniz, um dos locais da cidade onde mais se cruzam pessoas de origem africana e asiática. O cabelo rapado foi moda e como não acredito que tanta gente tenha decidido cuidar dos piolhos na mesma semana, penso que grupos skinheads terão aproveitado a ocasião para dar uma corzinha à careca. Gritou-se “Portugal aos Portugueses” e “Orgulho branco”, insultaram os imigrantes e até se tentou um linchamento de um suposto assaltante, tudo em nome da segurança.
Cegados pelo preconceito rejeitam os imigrantes com a mesma força com que ignoram o nosso passado. Há pouco anos Portugal era um país de partida para quem procurava uma vida melhor, durante anos fomos nós “os pretos” de França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá… Os que tiveram sorte voltaram para começar uma nova vida, e quem sabe se alguns não tiveram hoje o orgulho de ver hoje os seus filhos rejeitarem a mesma oportunidade a quem procura o nosso país para trabalhar de forma honesta.
No dia do arrastão, com que já tanto brinquei aqui, 50 delinquentes, na sua maioria negros (os famosos 500), assaltaram em Carcavelos. No mesmo dia milhares de negros trabalharam de forma honesta e com as mesmas dificuldades que todos nós vivemos, mas por poucos pagam muitos. Aponto o dedo aos criminosos, não apenas aos criminosos negros; quero ver protegidos os inocentes, não apenas os inocentes brancos.
SOS Racismo
Blog do SOS Racismo
Não sou indiferente à criminalidade, mas nada justifica apoiar ideias racistas e xenófobas em nome da “segurança”. É legítimo substituir o medo de roubos por discriminação étnica? “Sei tudo sobre a realidade do meu país, de manhã os brancos acordam e vão trabalhar, os pretos acordam e vão roubar.”
Hoje, 400 pessoas participaram numa manifestação, num gesto provocatório partiram do Martim Moniz, um dos locais da cidade onde mais se cruzam pessoas de origem africana e asiática. O cabelo rapado foi moda e como não acredito que tanta gente tenha decidido cuidar dos piolhos na mesma semana, penso que grupos skinheads terão aproveitado a ocasião para dar uma corzinha à careca. Gritou-se “Portugal aos Portugueses” e “Orgulho branco”, insultaram os imigrantes e até se tentou um linchamento de um suposto assaltante, tudo em nome da segurança.
Cegados pelo preconceito rejeitam os imigrantes com a mesma força com que ignoram o nosso passado. Há pouco anos Portugal era um país de partida para quem procurava uma vida melhor, durante anos fomos nós “os pretos” de França, Alemanha, Estados Unidos, Canadá… Os que tiveram sorte voltaram para começar uma nova vida, e quem sabe se alguns não tiveram hoje o orgulho de ver hoje os seus filhos rejeitarem a mesma oportunidade a quem procura o nosso país para trabalhar de forma honesta.
No dia do arrastão, com que já tanto brinquei aqui, 50 delinquentes, na sua maioria negros (os famosos 500), assaltaram em Carcavelos. No mesmo dia milhares de negros trabalharam de forma honesta e com as mesmas dificuldades que todos nós vivemos, mas por poucos pagam muitos. Aponto o dedo aos criminosos, não apenas aos criminosos negros; quero ver protegidos os inocentes, não apenas os inocentes brancos.
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4 Comments:
Isto vai dar para o Nobel da Paz :)
Epá... parece é que o assaltante do linchamento não era pretenso, tinha acabado de gamar uma loja, uma loja inocente!
Mas concordo com o que tu dizes, é pena é também haver um aproveitamento excessivo de algumas facções políticas e outros grupos com questões como esta. Até porque paralelamente à condenação de manifestações xenófobas, devem ser colocadas as manifestações de vitimização por parte de algumas minorias, que, a meu ver, só as prejudicam.
Os portugueses que foram por esse Mundo fora não se vitimizaram, trabalharam, lutaram por uma vida melhor. Tal como dizes, muitos negros, muitos indianos, muitos eslavos... lutam também honestamente, todos os dias, por uma vida melhor. Isso é um motivo para os elogiar, não para os vitimizar e lhes colocar o rótulo "politizado" de minorias desprotegidas.
Por um Portugal tolerante! Um portugal que é dos portugueses, mas em que os portugueses não têm discriminação racial ou social, todos o somos, e juntos deveríamos trabalhar para fazer de Portugal um país cada vez melhor!
É completamente estúpido fazer-se uma manifestação como a que teve lugar ontem. Sempre que há algum problema, há vontade do povo portugês de arranjar um bode expiatório, e é totalmente ridículo pensar que existam pessoas que afirmam "Portugal aos Portugueses" ou ainda "Eu tenho orgulho em ser branco, mas não é por isso que sou racista..."!!! A tolerância, é também um valor moral e que revela a humanidade dentro de cada um. Não falo apenas de raciscmo, mas de todo o tipo de descriminação! Como dizias, 50 (em 500) no arrastão podiam ser pretos...se calhar 350 seriam "Portugueses desde sempre (E BRANCOS)", 20 seriam asiáticos e mais uns quantos poderiam ser da dita Europa de Leste....A segurança é algo que deve ser preservado, não à custa de preconceitos!
É urgente parar com a criminalidade em Portugal! É inegável que esta existe e que, todos acabamos por ser directa ou indirectamente envolvidos! As medidas passam, como toda a gente está farta de ouvir, por mais policiamento....etc...O que é realmente importante é que não se fique com a ideia de que, para nossa segurança, é preciso afastarmo-nos de qualquer pessoa(grupo) que não seja como nós!
A tolerância não é só um valor moral, é também algo que pode ser incentivado em casa e na escola...o que por sua vez dá que pensar, uma vez que esta também é bastante sentida por crianças em idade escolar...
Como sempre, um post incisivo ;) Parabéns
Como se nós não fossemos um dos povos com mais "mistura".
Terra de celtas e iberos, com contactos com fenícios, gregos e cartaginenses, invadidos por romanos, suevos e visigogos, árabes e, finalmente, cavaleiros medievais cristãos... (espero não me ter esquecido de nenhum que não tenho aulas de história há muito tempo)...
Depois, fomos pelo mundo e nunca parecemos muito preocupados com as questões raciais (uma das primeiras medidas na Índia foi fomentar o casamento entre portugueses e indianas, isto no século XVI!). Chegámos ao século XIX e XX pobres e mais uma vez lá fomos nós! Que gente esta que se diz portuguesa e não sabe isto!!! A alma portuguesa é isto! É olhar para os outros e ver um irmão!
Só juntar uma coisa ao que a Sara disse. Não sei até que ponto é totalmente verdade, mas no outro dia disseram-me que quando foi abolida a escravatura no "Reino" (nas colónias foi mais tarde), cerca de 17% da população portuguesa eram negros libertados.
Uma vez que eles não voltaram para África, misturaram-se com a nossa população. Isto há cerca de 8 ou 9 gerações...
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